Segundo Augusto Carvalho, proprietário da Livraria do Aeroporto, a chuva começou por volta das 5h. Até as 8h30, diz ele, apenas os funcionários das lojas ajudaram a secar a água que invadia o saguão do aeroporto.
Cerca de 20 lojas tiveram que fechar temporariamente por causa dos transtornos. Algumas delas continuam à meia-luz. Na tarde de hoje, cerca de oito permaneciam fechadas.
"É a quarta vez que isso acontece nos últimos quatro anos. Não é um acidente", reclama Carvalho. Segundo ele, que é sócio da livraria há 20 anos, o problema é "histórico": ele diz ter recortes de jornais dos anos 1990 que mostram clientes com guarda-chuvas dentro da loja, porque chovia dentro do aeroporto.
"Falta interesse, manutenção, vontade de arrumar o problema", diz o comerciante. Ele reclama que enviou cartas à Infraero pedindo providências e informando os prejuízos que teve --estimados em R$ 150 mil--, mas que ainda não obteve resposta.
A Infraero, responsável pela administração do aeroporto, negou que haja falta de manutenção. Segundo a estatal, houve um "volume atípico" de chuvas que causou o transbordamento das calhas. As estruturas, porém, que passam por revisões periódicas, não foram avariadas e continuam funcionando perfeitamente, afirmou a empresa em nota.
Ainda segundo a nota, equipes de manutenção da Infraero atenderam imediatamente o ocorrido e se mobilizaram para limpar o mais rápido possível o saguão. Um relatório completo da área técnica deve ser produzido nesta semana para verificar se há relação entre o evento e episódios anteriores.
As chuvas em Salvador provocaram deslizamentos de terra em pelo menos dez pontos da cidade, além de alagamentos em dois bairros. Não houve feridos ou desalojados.
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